30.7.01

Depois de séculos de espera, finalmente li a X-Men 114. Oh, glorious day!

Apesar de o negócio estar só no início, promete. Não acredito que estou comprando duas revistas da Marvel. E dois títulos X!

O semestre quase terminou. Terei mais tempo para postar as coisas que andei lendo. Or so I hope. Licença que vou ver se termino "A Peste". (RSF)

28.7.01

Eco, Lévy, Mandelbrot, Weissberg, Baudrillard, Huizinga, Guatarri...

Atual, virtual, representação, simulação, simulacros...

Me sinto tão esperto na hora de ler: juro que entendo tudinho. Daí sento pra escrever e tomo um cacete louco da tela em branco. Que vida lixo. (RSF)

26.7.01

Além de A Peste, que avança vagarosamente, tenho lido pouco esses dias. Hoje apenas consultei alguns livros e sites sobre cibercultura e videogames para o ensaio que tenho que entregar segunda. Depois disso, férias. Pretendo ler O Jogo da Amarelinha, de Córtazar e algumas coisas pro meu projeto de conclusão de curso. (RSF)
Tive um sonho noite passada envolvendo A Peste. Eu estava no meio dela, com algumas pessoas que eu conheço. Apesar de saber que estava em Salvador, a cidade era definitivamente diferente da que conhço.

A peste se propagava como a peste bubônica, através das pulgas que haviam mordido ratos doentes. Como sintomas, a febre alta e bulbos pelo corpo. Mas, em lugar de matar, a peste transformava as pessoas em zumbis. E, como todos que assistiram filmes b sabem, os zumbis só têm uma preocipação: comer miolos humanos. (RSF)

25.7.01

Ainda estou lendo - num ritmo bem mais lento, infelizmente - A Peste, de Camus.

Estou gostando muito do livro, apesar de não acontecer muita coisa. Como estava resumindo numa conversa: "primeiro morre um monte de ratos. Depois um monte de gente. Até agora ainda morre gente." Acho que o mais interessante do livro é justamente o ritmo lento em que as coisas acontecem e a maneira que as personalidades dos personagens são exploradas. Além do dilema moral apresentado. (RSF)
Estou lendo, para um ensaio que estou escrevendo, o livro Homo Ludens, de Johan Huizinga. O livro propõe um novo critério para identificar o homem; em vez de Homo sapiens (o homem que pensa), Homo ludens (o homem que joga). A idéia é que, tanto quanto a capacidade de pensar, o jogo define o homem como tal. Para Huizinga o jogo é

uma atividade livre, conscientemente tomada como ‘não-séria’ e exterior à vida habitual, mas ao mesmo tempo capaz de absorver o jogador de maneira intensa e total. É uma atividade desligada de todo e qualquer interesse material, com a qual não se pode obter qualquer lucro, praticada dentro de limites espaciais e temporais próprios, segundo uma certa ordem e certas regras. Promove a formação de grupos socais com tendência a rodearem-se de segredo e a sublinharem sua diferença em relação o resto do mundo por meio de disfarces ou outros meios semelhantes.


Tudo isso por ter inventado de fazer um ensaio sobre The Sims para uma disciplina da faculdade. Além de Huizinga, Mafesolli, textos sobre simulação, história dos videogames, muitas entrevistas com o povo da Maxim e coisas do tipo. Jogar, que é bom, há um tempão não jogo... Mesmo assim estou me divertindo.

Quando terminar, coloco um link aqui, para quem quiser ler. Se prestar, I mean. (RSF)

21.7.01

Onde os intelectuais estão se escondendo? Cadê eles que não aparecem na mídia? Se eles realmente servem para alguma coisa, deveriam aparecer mais na televisão. Se não tem importância, por que há tanta antipatia por eles? (RSF)
Um homem nos Estados Unidos foi preso por escrever suas fantasias sexuais envolvendo crianças em um diário. Ele não tentou publicar, nem mostrou para ninguém: policiais - que procuravam imagens obscenas em sua casa - acharam o diário.

Tudo bem que o conteúdo das fantasias do cara não é lá muito aceitável, mas ele não tentou agir de acordo nem nada. Imagino que cada vez que alguém escrever, pensar ou ler algo violento, a pessoa vai parar na cadeia, a partir de agora. Ou é só com assuntos de caráter sexual? Haja puritanismo! (RSF)
A indústria fonográfica passou a década de noventa (e o ano 2000) com vendas crescentes. Mas mesmo assim reclamaram e conseguiram fechar o Napster. Este ano, as vendas de discos e ingressos de shows caíram. E outros serviços - menos vulneráveis que o napster - estão ganhando usuários. (RSF)
Clichês, clichês, clichês... É assim que se fala sobre Arte na maior parte do tempo. Mas será que esses clichês dizem alguma coisa sobre a Arte, ou apenas sobre nossa relação com ela? (RSF)

20.7.01

1: Bass I get bitten by a radioactive spider.

2: Don´t be a prat, Jason. If you got bitten bt a radioactive spider you´d die.

1: In the old days, maybe. Back when things were boring not any more.

3: He´s rigth. Sort of, anyway.

2: Oh, don´t you start, Jacks.

3: The probabilites are changing.

2: Huh?

3: We did it last week, in religious studies. It would be a miracle, if you gained powers from something like that.

It is not impossible, because on a quantum level, nothing´s impossible. It´s just very, very unlikely - to the point of virtual impossibility.

But miracles ara happening more and more now. Piggsy said that it´s got something to do with deforming probabilities.

One impossible thing makes other impossible things happen.


Crianças discutindo as pequenas modificações no mundo, em Trends, segunda parte de Miracleman: The Golden Age, escrita por Neil Gaiman. (RSF)
Finalmente, terminou a agonia da SBPC e a desorientação noturna - provocada predominentemente pelo cansaço - causada por ela. Pude, hoje, aproveitar o dia para ler.

Li Corto Maltese in Siberia, de Hugo Pratt, emprestada por um amigo meu. É muito bom, o que eu gosto de chamar de "alta aventura", mas fico com a impressão que falta alguma coisa. Às vezes tenho a impressão que o problema é o desenho, meio duro (principalmente nas cenas de ação). Outras que é a falta de profundidade psicológica dos personagens. Em outras palavras: definitivamente pior que Sandman, ao contrário do que se levantou numa lista sobre hqs que participo.

Mesmo assim eu recomendo. Que eu saiba, não existe em português, mas há um outro volume, A Balado do Mar Salgado, acho que da LPM.

Também peguei de volta Micracleman: The Golden Age e comecei a ler A Peste. Mais notas no decorrer do período. (RSF)

14.7.01

Li muito pouco hoje. Quase nada, na verdade. E o que li, tinha um objetivo: selecionar material para a oficina sobre quadrinhos como registro que eu e um amigo vamos dar na segunda, na SBPC Jovem.

O dia foi cheio, vou dormir. Até. (RSF)

13.7.01

Hoje, na hora do almoço, me escondi numa livraria perto da faculdade, para praticar um de meus esportes preferidos: ler livros dos outros. No cardápio do dia rolou mangá e escritores argentinos cegos.

Primeiro, li Preto e Branco, de Taiyo Matsumoto. Trata-se de um mangá sobre dois garotos de rua numa cidade japonesa. Além de serem dois lutadores fantásticos, Preto (o mais velho, mais violento e cruel) e Branco (o oposto) voam. A arte é bem legal, fugindo um pouco do que se espera dos quadinhos japoneses: suja, sem aqueles fundos cheios de linhas e coisas do tipo. O cara tem claras influências européias no traço. Muito, muito bom. Mais um ponto da Conrad.

Depois li um conto de Borges, A Biblioteca de Babel. Mantenho minha opinião:
Mesmo que a idéia tenha sido do argentino, as "cópias" são bem melhor desenvolvidas.

Acho que meu problema com Borges é justamente esse: seus fãs-escritores escrevem muito melhor que ele próprio suas idéias. E como eles estão em tudo quanto é canto, é difícil se deparar com alguma que ainda não tenha sido reciclada. Apesar da minha insistência, prefiro Umberto Eco, Grant Morrison e Paul Auster a Borges.
(RSF)
Para aquele que rouba livros ou toma emprestado e não devolve um livro de seu dono, que o livro se transforme em serpente em suas mãos e o envenene. Que seja atingido por paralisia e todos os seus membros murchem. Que definhe de dor, chorando alto por clemência e que não haja descanso em sua agonia até que mergulhe na desintegração. Que as traças corroam suas entranhas como sinal do Verme que não morreu. E quando finalmente for ao julgamento final, que as chamas do Inferno o consumam para sempre.
Inscrição na biblioteca do mosteiro de São Pedro, em Barcelona citada num capoítulo sobre o roubo de livros em Uma História da Leitura, Oh, man isso explica muita coisa... (RSF)

12.7.01

Um rato-robô capaz de sair de um labirinto. Uma calculadora que operava com algarismos romanos. E The Ultimate Machine: uma caixa da qual, quando se apertava um botão, saia uma mão de dentro, que apertava novament o botão e voltava para a caixa. Que tipo de imbecil inventaria esse tipo de coisa?

O mesmo tipo de imbecil que chegou à conclusão que todo o tipo de informação pode ser codificada em bits: Claude Shannon. Sua tese de mestrado A Symbolic Analysis of Relay and Switching Circuits é considerada uma das mais importantes do Século XX, ao demonstrar que os computadores - na época analógicos - poderiam fazer algo muito parecido com tomar decisões. (RSF)
Gonzo, mas limpinha
Uma das muitas definições de Cecília Gianetti por ela mesma. O Go Gonzo Girl é um dos blogs que eu costumo acompanhar.

Tem vários blogs por aí que eu olho diariamente, mas esse negócio de linkar pra outro blog é meio contraproducente: os que leio sempre parecem mais legais que os meus...

Não tem ninguém aí para me dizer o contrário, não?(RSF)

11.7.01

Quando eu penso nos trabalhadores da so called Era Vitoriana, sempre aparece alguma coisa bem Charles Dickens, mas um pouco mais extremo (como os resutados dos problemas ósseos causados pelo trabalho nas fábricas de fósforos). Além de pessoas analfabetas cobertas de carvão. E agora eu descubro que tudo isso é verdade. Tirando a parte do "analfabetos": os trabalhadores ingleses eram muito mais cultos do que eu imaginava. (RSF)

9.7.01

Lembra do Atari 2600? Sabia que existe uma versão portátil dele e que ainda tem gente desenvolvendo novos jogos para aquela antiguidade? Desenterre o seu e comemore. Ou baixe um emulador e seus jogos favoritos, faça uma jarra de Tang e chame seus amigos para um campeonato. (RSF)
Tem gente que coleciona tampinhas de garrafa, tem gente que coleciona arte medieval. E tem gente que coleciona encontros aleatórios entre pessoas famosas. Ou o registro deles, melhor dizendo. (RSF)

8.7.01

The most indispensable item that I always take with me is a little pillow. My own pillow. It's not a very big one. It's a little buckwheat seed pillow and it's marvelous.

E isso é a coisa mais importante que Neil Gaiman aprendeu viajando para promover seus livros. A entrevista tem coisas menos importantes, mas de interesse um pouco mais amplo. (RSF)
Há quase quinze anos eu leio sobre a possibilidade de imagens digitais substiruírem atores. Parece que, com Final Fantasy, isso está perto de acontecer. E, obviamente, os atores estão preocupados. Alguns diretores, por outro lado, gostam bastante da idéia. William Gibson acha que Kubrik seria um deles. (RSF)

7.7.01

Assim como a época precisave de Sarte, precisamos de alguém que trate dos mesmos temas que formam Em Busca do Tempo Perdido de uma forma expontânea e - até - ignorante do próprio Sartre, argumenta Charles Mudede. E ele encontrou: Martha Stewart é a Sarte dos dias de hoje. (RSF)
Hoje li uma mais uma história em quadrinhos de um autor que nunca tinha ouvido falar, Shiga. Até agora, só li uma das histórias, Double Happiness, e, apesar do desenho meio tosco, gostei muito. (RSF)

6.7.01

De Uma História da Leitura. Num capítulo sobre os primórdios da escrita, há uns seis mil anos, o Oriente Médio:

Mas escrever não é o único invento que nasceu no instante daquela primeira incisão: uma outra criação aconteceu no mesmo momento. Uma vez que o objetivo do ato de escrever era que o texto fosse resgatado - isto é - lido, a incisão criou simultâneamente o leitor, um papel que surgiu antes mesmo de o primeiro leitor adquirir presnça física. Ao mesmo tempo em que o primeiro escritor concebia uma nova arte ao fazer marcas num pedaço de argila, aparecia tacitamente uma outra srte sem a qual as marcas não teriam nenhum sentido. O escritor era um fazedor de mensagens, criador de signos, mas esses signos e mensagens precisavam de um mago que os decifrasse, que reconhecesse seu significado, que lhes desse voz. Escrever exigia um leitor.

A relação primordial entre escritor e leitor apresenta um paradoxo maravilhoso: ao criar o papel do leitor, o escritor decreta também a morte do escritor, pois, para que um texto fique pronto, o escritor deve se retirar, deve deixar de existir. Enquanto o escritor está presente, o texto continua incompleto. Somente quando o escritor abandona o texto é que este ganha existência. Nesse ponto, a existência do texto é silenciosa, silenciosa até o momento que o leitor o lê. Somente quando olhos capazes fazem contato com as marcas na tabuleta é que o texto ganha vida ativa. Toda escrita depende da generosidade do leitor.

(RSF)
Há cem anos, era publicada a primeira edição de O Cão dos Barkervilles, provavelmente a história mais famosa com Sherlock Holmes. De lá pra cá muita coisa mudou nas histórias de detetive. (RSF)

5.7.01

Depois de meses com saudades, finalmente peguei de volta Smoke and Mirrors, uma coletênea de poemas e contos de Neil Gaiman. Estava doido para reler algumas histórias e ouvir o próprio lendo ao mesmo tempo. A experiência é muito estranha. O ritmo do outro é estranho, apesar de ser legal para apreciar a sonoridade dos poemas (no caso Cold Colors, sobre uma Londres cyberpunk com elementos místicos no fim dos anos 80).

O engraçado é que ontem mesmo li um capítulo de Uma História da Leitura que falava justamente da "leitura ouvida" e das suas diferenças da leitura com que estamos mais acostumados. (RSF)

3.7.01

Ontem, li Sobre os Espelhos, ensaio no livro de mesmo nome de Umberto Eco que responde à seguinte pergunta: "A imgem refletida é um signo?"

Apesar da pergunta parecer difícil, não é preciso ser Eco para resolvê-la: basta lembrar da definição de "signo" - e das características do espelho - para responder. Claro que Eco faz bem mais que isso - e com muito mais elegância - do que eu fiz antes de ler o negócio. Mas acho que minha resposta dá pro gasto. (RSF)
Onde estão os super-heróis gay? E por que ninguém ninguém nunca viu um personagem - ou mesmo um figurante - gay em Star Trek? Por que homossexuais não têm lugar naquela utopia?

Ia fazer alguma diferença pra alguém? Tem gente que acha que sim. E gente que acha que Star Trek perdeu a oportunidade de ir onde nenhum seriado jamais esteve. (RSF)
A.I. finalmente estreiou lá fora. Como era de se esperar, os críticos estão reclamando que o filme não se decide entre ser de Kubrik ou de Spielberg. Como também era de se esperar, alguém arrastou um especialista em inteligência artificial para ver o negócio e dizer o que é ou não é possível.

Enquanto o filme não chega por aqui, o negócio é ir lendo a história da qual ele saiu, Super-Toys Last All Summer Long ou pensando como ele seria se o diretor fosse outro. (RSF)

2.7.01

Qual o problema do Terceiro Mundo? Legados culturais que impedem uma mentalide capitalista? Falta de dinheiro? Para Hernando de Soto, o problema é que os capitais estão imobilizados pela inexistência de um sistema que permita o uso deles para gerar mais capital. Apesar de acusado de simplista, presidentes africanos e sul-americanos estão sentando para ouvir o que ele tem a dizer. (RSF)

1.7.01

Ano passado, o Guardian publicou um especial com um panorama literário mundial. Talvez mais por obrigação que qualquer outra coisa, fala-se da literatura de Portugal e suas colônias, entre elas o Brasil (com destaque para Machado de Assis e Euclides da Cunha). Há também uma lista de livros "obrigatórios" de autores lusófonos.

Uma coisa legal da lista é ver o nome em inglês dos livros. Estorvo, do Chico Buarque é Torment. Memórias Póstumas de Brás Cubas é Epitaph of a Small Winner e Quincas Borba, Philosopher or Dog?, Os Sertões viraram Rebellion in the Backlands.

Realmente, há algo em uma boa tradução que não se encontra no original.(RSF)
Quer me deixar angustiado? É só falar sobre algum computador antigo que eu nunca opuvi falar, ou me lembrar da existência de um e adicionar que existe um emulador. Hoje, vi uma matéria sobre o Amiga. O programa foi fácil, difícil foi achar o ROM que faz ele funcionar.

Depois dessa primeira peleja, resolvi dar uma olhada nos demos para o computador. Achei alguns, mas tive que procurar como transformá-los num formato que o emulador entendesse.

Emulação é muito complicado. Vou é ficar rico para colecionar computadores. (RSF)